terça-feira, 23 de março de 2010

Movimento católico pede saída do Papa

Os recentes casos de pedofilia surgidos na Alemanha levou o movimento católico progressista alemão Igreja de Baixo (IKvU, na sigla em alemão) a pedir a saída do papa Bento XVI.

"Seria um gesto purificador se [Joseph] Ratzinger dissesse: 'sou um obstáculo a uma purificação da Igreja. Me demito'", declarou o diretor do movimento, Bernd Goehring, segundo informações do jornal Financial Times Deutschland.

Entre as críticas citadas estava o caso no qual um padre pedófilo foi transferido para Munique na época em que Bento XVI era arcebispo de Munique e Freising, tendo continuado a exercer seu trabalho pastoral na região.

O então vigário-geral da arquidiocese, Gerhard Gruber, que atualmente possui 81 anos, assumiu toda a responsabilidade sobre a questão, afirmando que a decisão de transferir o padre acusado de abusos sexuais contra menores partiu unicamente dele.

Uma nota divulgada no site do arcebispado dizia que o Papa ordenou somente que o sacerdote fosse acolhido em uma casa paroquial para fazer terapia, e que foi Gruber, "afastando-se desta decisão", quem o designou sem limitações a uma paróquia de Munique.

Para Goehring, a admissão do ex-vigário-geral é uma manobra tática. "Do nosso ponto de vista, é uma questão de responsabilidade moral", informou ele.

Atualmente com 62 anos, o padre envolvido no caso, identificado como Peter H, continuou a abusar de crianças após a transferência e foi condenado a 18 meses de prisão em 1986.

H recebeu o cargo de pároco de Bad Tölz em 2008, mas os fieis souberam de seus antecedentes somente após a denúncia feita pelo jornal Süeddeutsche Zeitung. Como ele não celebrou a missa dominical, alguns fieis se manifestaram querendo saber onde o sacerdote estava; outros protestaram e houve aqueles que deixaram a Igreja durante o confronto.

Em referência aos casos de pedofilia, o vice-presidente do parlamento local, Wolfgang Thierse, membro do Comitê Central dos Católicos Alemães, declarou que "a credibilidade da Igreja está vacilando de modo muito grave" e pediu "maior honestidade" a Bento XVI.

"A consternação dos crentes é enorme", disse o congressista a uma emissora pública, dizendo-se favorável ao relançamento do debate sobre o celibato. Segundo ele, "a Igreja deve ser mais honesta e severa consigo mesma e isto vale também para o Papa".


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terça-feira, 23 de março de 2010

Movimento católico pede saída do Papa

Os recentes casos de pedofilia surgidos na Alemanha levou o movimento católico progressista alemão Igreja de Baixo (IKvU, na sigla em alemão) a pedir a saída do papa Bento XVI.

"Seria um gesto purificador se [Joseph] Ratzinger dissesse: 'sou um obstáculo a uma purificação da Igreja. Me demito'", declarou o diretor do movimento, Bernd Goehring, segundo informações do jornal Financial Times Deutschland.

Entre as críticas citadas estava o caso no qual um padre pedófilo foi transferido para Munique na época em que Bento XVI era arcebispo de Munique e Freising, tendo continuado a exercer seu trabalho pastoral na região.

O então vigário-geral da arquidiocese, Gerhard Gruber, que atualmente possui 81 anos, assumiu toda a responsabilidade sobre a questão, afirmando que a decisão de transferir o padre acusado de abusos sexuais contra menores partiu unicamente dele.

Uma nota divulgada no site do arcebispado dizia que o Papa ordenou somente que o sacerdote fosse acolhido em uma casa paroquial para fazer terapia, e que foi Gruber, "afastando-se desta decisão", quem o designou sem limitações a uma paróquia de Munique.

Para Goehring, a admissão do ex-vigário-geral é uma manobra tática. "Do nosso ponto de vista, é uma questão de responsabilidade moral", informou ele.

Atualmente com 62 anos, o padre envolvido no caso, identificado como Peter H, continuou a abusar de crianças após a transferência e foi condenado a 18 meses de prisão em 1986.

H recebeu o cargo de pároco de Bad Tölz em 2008, mas os fieis souberam de seus antecedentes somente após a denúncia feita pelo jornal Süeddeutsche Zeitung. Como ele não celebrou a missa dominical, alguns fieis se manifestaram querendo saber onde o sacerdote estava; outros protestaram e houve aqueles que deixaram a Igreja durante o confronto.

Em referência aos casos de pedofilia, o vice-presidente do parlamento local, Wolfgang Thierse, membro do Comitê Central dos Católicos Alemães, declarou que "a credibilidade da Igreja está vacilando de modo muito grave" e pediu "maior honestidade" a Bento XVI.

"A consternação dos crentes é enorme", disse o congressista a uma emissora pública, dizendo-se favorável ao relançamento do debate sobre o celibato. Segundo ele, "a Igreja deve ser mais honesta e severa consigo mesma e isto vale também para o Papa".


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