
BELÉM (PA) — Chegou o momento decisivo para a maior convenção pentecostal do Norte do Brasil. Nesta terça-feira (2), cerca de 2.500 pastores se reúnem para definir o futuro da COMIEADEPA. O pleito, que ocorre durante a 124ª Assembleia Geral Ordinária, é considerado o mais tenso das últimas décadas, marcando a primeira grande disputa após a crise institucional que abalou a liderança da igreja em 2025.
A eleição coloca frente a frente dois projetos distintos para o comando da convenção. De um lado, a Chapa 01, encabeçada pelo atual presidente interino, Pr. Océlio Nauar, que busca a efetivação no cargo representando a continuidade da gestão. Do outro, a Chapa 02, liderada pelo Pr. Jaime Pires, que surge com um discurso de renovação e moralização administrativa.
Dados de bastidores sugerem uma possível alternância de poder. Uma pesquisa realizada pelo instituto Doxa e divulgada na reta final da campanha apontou Jaime Pires na liderança, com 52,1% das intenções de voto, contra 44,7% de Océlio Nauar. A margem apertada, somada aos indecisos (3,2%), transformou as últimas horas em uma verdadeira guerra por votos nos corredores do Centro de Eventos da convenção.
O clima de incerteza é reflexo direto de um ano traumático para a instituição. A COMIEADEPA ainda lida com o vácuo deixado pela morte do líder histórico Gilberto Marques, em 2024, e com as consequências do escândalo que derrubou seu sucessor natural. Em abril deste ano, o então presidente Riter Marques renunciou após o vazamento de conteúdos íntimos, episódio que expôs a convenção nacionalmente e fortaleceu a oposição.
A tensão pré-eleitoral foi marcada por disputas jurídicas e administrativas. Na última semana, a Comissão Eleitoral precisou convocar representantes das chapas para fiscalizar pessoalmente a impressão das cédulas, numa tentativa de blindar o processo contra acusações de fraude. Pedidos de providência e impugnações de candidaturas ao Conselho Fiscal também tumultuaram os dias que antecederam a votação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário