Sentados à beira do rio, dois pescadores pacientes silenciosamente esperam que os peixes mordam a isca.
De repente, gritos de crianças quebram o silêncio.
Assustam-se.
Olham para frente e para trás.
Nada.
Os gritos continuam e vêm de onde menos esperam.
A correnteza trazia duas crianças gritando por socorro.
Os pescadores pulam na água.
Mal terminam de salvá-las, ouvem mais gritos e notam mais quatro crianças debatendo-se na água.
Dessa vez, apenas duas são resgatadas.
Apavorados, os dois ouvem uma gritaria ainda maior.
Oito crianças vinham correnteza abaixo.
Um dos pescadores, então, vira as costas para o rio e vai embora.
O amigo alerta-o: ?
Está louco, não vai me ajudar?
Sem deter o passo, ele responde-lhe: ?
Faça o que puder.
Vou tentar descobrir quem está jogando as crianças no rio.
Essa antiga lenda indiana retrata como nos sentimos no Brasil.
Temos poucos braços para tantos afogados.
Mal salvamos um e outros descem rio abaixo, numa corrente incessante de apelos e mãos estendidas.
Somos obrigados a cair na água e, ao mesmo tempo, sair à procura de quem joga as crianças.
Incrível como alguns homens, nas margens do rio, conseguem conviver com gritos tão desesperados.
E até dormir sem sobressaltos.
É como se não ouvissem.
Se o pior cego é aquele que não quer ver, o pior surdo é o que não quer escutar.
É gente que não conhece o prazer infinito da solidariedade.
Desconhece o encanto do estender poucos centímetros de braço e encostar os dedos nas estrelas.
É tão fácil agarrar uma estrela, refletida no brilho dos olhos de quem salvamos por falta de ar!
Por sorte temos pescadores que, dia após dia, mostram como as crianças sobrevivem, apesar de tudo.
E como é doloroso o parto precoce de um homem prematuro no corpo de um menino!
De repente, gritos de crianças quebram o silêncio.
Assustam-se.
Olham para frente e para trás.
Nada.
Os gritos continuam e vêm de onde menos esperam.
A correnteza trazia duas crianças gritando por socorro.
Os pescadores pulam na água.
Mal terminam de salvá-las, ouvem mais gritos e notam mais quatro crianças debatendo-se na água.
Dessa vez, apenas duas são resgatadas.
Apavorados, os dois ouvem uma gritaria ainda maior.
Oito crianças vinham correnteza abaixo.
Um dos pescadores, então, vira as costas para o rio e vai embora.
O amigo alerta-o: ?
Está louco, não vai me ajudar?
Sem deter o passo, ele responde-lhe: ?
Faça o que puder.
Vou tentar descobrir quem está jogando as crianças no rio.
Essa antiga lenda indiana retrata como nos sentimos no Brasil.
Temos poucos braços para tantos afogados.
Mal salvamos um e outros descem rio abaixo, numa corrente incessante de apelos e mãos estendidas.
Somos obrigados a cair na água e, ao mesmo tempo, sair à procura de quem joga as crianças.
Incrível como alguns homens, nas margens do rio, conseguem conviver com gritos tão desesperados.
E até dormir sem sobressaltos.
É como se não ouvissem.
Se o pior cego é aquele que não quer ver, o pior surdo é o que não quer escutar.
É gente que não conhece o prazer infinito da solidariedade.
Desconhece o encanto do estender poucos centímetros de braço e encostar os dedos nas estrelas.
É tão fácil agarrar uma estrela, refletida no brilho dos olhos de quem salvamos por falta de ar!
Por sorte temos pescadores que, dia após dia, mostram como as crianças sobrevivem, apesar de tudo.
E como é doloroso o parto precoce de um homem prematuro no corpo de um menino!
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