quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Trump corta mais de US$ 200 milhões em ajuda aos palestinos

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump. (Foto: AFP Photo/Brendan Smialowski)
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump. (Foto: AFP Photo/Brendan Smialowski)
O governo dos Estados Unidos irá cancelar a ajuda de US$ 200 milhões aos palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, segundo um alto funcionário do Departamento de Estado.
“Revisamos a assistência dos EUA à Autoridade Palestina para garantir que esses fundos sejam gastos de acordo com os interesses nacionais dos EUA e forneçam valor ao contribuinte americano”, disse a autoridade em comunicado  na última sexta-feira (24).
Questionado para onde o dinheiro seria redirecionado, outro funcionário do Departamento de Estado respondeu: “Vamos trabalhar com o Congresso para redirecionar esses fundos para outras prioridades políticas”. Ambos os funcionários falaram sob condição de anonimato.
A medida foi anunciada enquanto a liderança palestina vem boicotando os esforços de paz da Casa Branca, desde que o presidente Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel e transferiu a embaixada americana para a cidade, revertendo décadas de política dos EUA.
O status de Jerusalém — lar de lugares sagrados para os muçulmanos, judeus e cristãos — é um dos maiores obstáculos para qualquer acordo de paz entre Israel e Palestina. Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como a capital de um Estado independente. Israel reforça que Jerusalém é sua capital eterna e indivisível.
O genro e assessor sênior de Trump, Jared Kushner, está liderando esforços para elaborar um acordo de paz para iniciar as negociações entre Israel e os palestinos e encerrar um conflito de décadas.
O Departamento de Estado citou o controle do Hamas sobre Gaza como parte de sua justificativa para realocar os fundos. Os EUA e Israel designam o Hamas como um grupo terrorista.
Reação
Hanan Ashrawi, membro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), acusou o governo Trump de usar “chantagem barata como ferramenta política”. “O povo e a liderança palestina não serão intimidados e não sucumbirão à coerção”, disse ela.
O senador norte-americano Patrick Leahy, da linha política de centro-esquerda, criticou a decisão do governo Trump.
“Os habitantes de Gaza já estão sofrendo severas dificuldades sob a tirania do Hamas e as restrições fronteiriças impostas por Israel. É o povo palestino, preso em um conflito cada vez mais volátil, que sofrerá mais diretamente as consequências dessa tentativa insensata e imprudente de responder às preocupações de segurança de Israel”, argumentou.

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quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Trump corta mais de US$ 200 milhões em ajuda aos palestinos

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump. (Foto: AFP Photo/Brendan Smialowski)
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump. (Foto: AFP Photo/Brendan Smialowski)
O governo dos Estados Unidos irá cancelar a ajuda de US$ 200 milhões aos palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, segundo um alto funcionário do Departamento de Estado.
“Revisamos a assistência dos EUA à Autoridade Palestina para garantir que esses fundos sejam gastos de acordo com os interesses nacionais dos EUA e forneçam valor ao contribuinte americano”, disse a autoridade em comunicado  na última sexta-feira (24).
Questionado para onde o dinheiro seria redirecionado, outro funcionário do Departamento de Estado respondeu: “Vamos trabalhar com o Congresso para redirecionar esses fundos para outras prioridades políticas”. Ambos os funcionários falaram sob condição de anonimato.
A medida foi anunciada enquanto a liderança palestina vem boicotando os esforços de paz da Casa Branca, desde que o presidente Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel e transferiu a embaixada americana para a cidade, revertendo décadas de política dos EUA.
O status de Jerusalém — lar de lugares sagrados para os muçulmanos, judeus e cristãos — é um dos maiores obstáculos para qualquer acordo de paz entre Israel e Palestina. Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como a capital de um Estado independente. Israel reforça que Jerusalém é sua capital eterna e indivisível.
O genro e assessor sênior de Trump, Jared Kushner, está liderando esforços para elaborar um acordo de paz para iniciar as negociações entre Israel e os palestinos e encerrar um conflito de décadas.
O Departamento de Estado citou o controle do Hamas sobre Gaza como parte de sua justificativa para realocar os fundos. Os EUA e Israel designam o Hamas como um grupo terrorista.
Reação
Hanan Ashrawi, membro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), acusou o governo Trump de usar “chantagem barata como ferramenta política”. “O povo e a liderança palestina não serão intimidados e não sucumbirão à coerção”, disse ela.
O senador norte-americano Patrick Leahy, da linha política de centro-esquerda, criticou a decisão do governo Trump.
“Os habitantes de Gaza já estão sofrendo severas dificuldades sob a tirania do Hamas e as restrições fronteiriças impostas por Israel. É o povo palestino, preso em um conflito cada vez mais volátil, que sofrerá mais diretamente as consequências dessa tentativa insensata e imprudente de responder às preocupações de segurança de Israel”, argumentou.

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