quarta-feira, 28 de maio de 2014

Papa deixa ‘porta aberta’ para discutir celibato, após carta de ‘esposas’ de padres

O papa Francisco disse nesta terça-feira (27) que está aberto à discussão sobre o celibato dentro da Igreja Católica, reporta o jornal espanhol El País. As declarações foram feitas durante uma entrevista coletiva aos jornalistas que o acompanhavam no voo de volta de Tel Aviv para Roma, após a primeira visita do papa à Terra Santa. “A Igreja Católica tem padres casados, católicos ​​gregos, católicos coptas e no rito oriental. Não é um debate sobre um dogma, mas sobre uma regra de vida que eu aprecio muito e que é um dom para a Igreja. Por não ser um dogma da fé, a porta sempre está aberta”, disse o papa. A manifestação de Francisco acontece alguns dias após um grupo de 26 mulheres italianas enviarem uma carta ao sumo pontífice pedindo para ele repensar o veto ao casamento mantido para os padres. Elas não revelaram suas identidades nem os nomes dos seus companheiros padres, mas deixaram um número de telefone no final da carta e pediram “com humildade que alguma coisa mude, não apenas por nós, mas também pelo bem de toda a Igreja”. O celibato obrigatório é um velho tabu dentro do Vaticano e a sinalização de Francisco pode indicar que ele realmente deseja iniciar essa discussão dentro da Santa Sé. Curiosamente, em março, o papa defendeu o celibato dos padres ao falar para bispos africanos. Na ocasião, Jorge Mario Bergoglio disse que os futuros padres devem ser bem formados desde o seminário “para viver de verdade as exigências do celibato eclesiástico, assim como ter uma relação justa com os bens materiais”. Em setembro de 2013, o número dois do Vaticano, Monsenhor Pietro Parolin, afirmou que o celibato “não é um dogma e é possível discuti-lo já que é uma tradição da Igreja”, provocando um grande debate no mundo católico. À época, a afirmação de Parolin causou uma entusiasmada onda de debates na mídia, mas especialistas logo alertaram que não havia nada de novo em seu discurso. Em 1997, o cardeal e teólogo Joseph Ratzinger, que depois ficaria famoso como o papa Bento XVI, escreveu um livro, O Sal da Terra, afirmando que o celibato “com certeza não é um dogma”. Na época, o alemão Ratzinger era o chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.

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Papa deixa ‘porta aberta’ para discutir celibato, após carta de ‘esposas’ de padres

O papa Francisco disse nesta terça-feira (27) que está aberto à discussão sobre o celibato dentro da Igreja Católica, reporta o jornal espanhol El País. As declarações foram feitas durante uma entrevista coletiva aos jornalistas que o acompanhavam no voo de volta de Tel Aviv para Roma, após a primeira visita do papa à Terra Santa. “A Igreja Católica tem padres casados, católicos ​​gregos, católicos coptas e no rito oriental. Não é um debate sobre um dogma, mas sobre uma regra de vida que eu aprecio muito e que é um dom para a Igreja. Por não ser um dogma da fé, a porta sempre está aberta”, disse o papa. A manifestação de Francisco acontece alguns dias após um grupo de 26 mulheres italianas enviarem uma carta ao sumo pontífice pedindo para ele repensar o veto ao casamento mantido para os padres. Elas não revelaram suas identidades nem os nomes dos seus companheiros padres, mas deixaram um número de telefone no final da carta e pediram “com humildade que alguma coisa mude, não apenas por nós, mas também pelo bem de toda a Igreja”. O celibato obrigatório é um velho tabu dentro do Vaticano e a sinalização de Francisco pode indicar que ele realmente deseja iniciar essa discussão dentro da Santa Sé. Curiosamente, em março, o papa defendeu o celibato dos padres ao falar para bispos africanos. Na ocasião, Jorge Mario Bergoglio disse que os futuros padres devem ser bem formados desde o seminário “para viver de verdade as exigências do celibato eclesiástico, assim como ter uma relação justa com os bens materiais”. Em setembro de 2013, o número dois do Vaticano, Monsenhor Pietro Parolin, afirmou que o celibato “não é um dogma e é possível discuti-lo já que é uma tradição da Igreja”, provocando um grande debate no mundo católico. À época, a afirmação de Parolin causou uma entusiasmada onda de debates na mídia, mas especialistas logo alertaram que não havia nada de novo em seu discurso. Em 1997, o cardeal e teólogo Joseph Ratzinger, que depois ficaria famoso como o papa Bento XVI, escreveu um livro, O Sal da Terra, afirmando que o celibato “com certeza não é um dogma”. Na época, o alemão Ratzinger era o chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.

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