sábado, 25 de agosto de 2012

Psicólogo ex-evangélico conhecido por derrubar superstições afirma que a sociedade seria melhor sem religiões: “Igrejas se tornaram fator de corrupção”

O psicólogo Michael Shermer, um ex-evangélico que se tornou cético em relação às crenças no sobrenatural, está lançando o livro Cérebro e Crença, em que fala sobre os estudos em torno das bases neurológicas que levam às convicções.
Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel Após entrar no meio acadêmico e científico, Shermer abandonou sua fé e se tornou um ativista no combate às crenças e religiões. O psicólogo concedeu uma entrevista à revista Veja e falou sobre o tema.
Shermer afirma que o caminho trilhado por cientistas e crentes é frontalmente contrário: “É na categoria de homens que não se rendem a narrativas fictícias, que se encaixa o cientista. Os crentes seguem a trilha inversa, a dos que se contentam com suposições sobrenaturais”. Para o psicólogo, a crença “é um fenômeno que tem a ver com a química do cérebro: a convicção de que o pensamento mágico é o que basta para a compreensão do universo produz uma sensação de prazer. Ficamos felizes em imaginar que seres místicos, sejam eles deuses ou extraterrestres, se preocupam e cuidam de nós. Não nos sentimos sós”, argumenta.
Sobre o tempo que era evangélico e atuava na propagação do evangelho, Michael Shermer responsabiliza o desejo por explicações simples: “Somos mais abertos à religião na juventude e na velhice. Naturalmente, no fim da vida é comum procurar por conceitos reconfortantes, ainda que irreais. No meu caso, o apelo da crendice me atingiu na juventude, como uma explicação fácil para tudo o que existe. A religião tem um apelo social enorme. O ambiente alentador de uma comunidade ajuda a afastar as dúvidas até daqueles que não acreditam plenamente no sobrenatural e nos dogmas religiosos. Desvencilhei-me da crença ao entrar para a comunidade científica. O método científico, cujo princípio básico é o de que qualquer afirmação deve ser comprovada em experimentos repetidos, alimenta o ceticismo e favorece o progresso”.
Sobre a crença em ideais, o pesquisador afirma que em seu ponto de vista, seria bom que a sociedade abolisse a religião: “É impossível deixar de crer. A ciência também depende da nossa capacidade de elaborar crenças. Qualquer experimento nasce com uma premissa baseada no que se acredita ser verdade. Ideologias também precisam da habilidade de crer. Eu acredito no liberalismo, na democracia e nos direitos humanos. Podemos, porém, abandonar o que não pode ser explicado, como deuses e bruxos. Não nos faria falta”, pontua.
A crítica às igrejas em geral é severa, por parte de Michael Shermer, que exemplifica comparado sociedades menos religiosas a países como o Brasil: “As igrejas se tornaram um fator de corrupção, motivo de guerras e perseguições. Por sorte, presenciamos o declínio da crença no sobrenatural. Países do norte europeu, onde apenas um quarto da população segue alguma religião, têm índices de criminalidade, suicídio e doenças sexualmente transmissíveis inferiores aos de estados em que a maioria dos habitantes é de crentes, como os Estados Unidos e o Brasil. Se a religião se declara um bastião da bondade, por que, historicamente, estados teocráticos são mais suscetíveis à criminalidade do que os seculares?”, questiona.

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sábado, 25 de agosto de 2012

Psicólogo ex-evangélico conhecido por derrubar superstições afirma que a sociedade seria melhor sem religiões: “Igrejas se tornaram fator de corrupção”

O psicólogo Michael Shermer, um ex-evangélico que se tornou cético em relação às crenças no sobrenatural, está lançando o livro Cérebro e Crença, em que fala sobre os estudos em torno das bases neurológicas que levam às convicções.
Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel Após entrar no meio acadêmico e científico, Shermer abandonou sua fé e se tornou um ativista no combate às crenças e religiões. O psicólogo concedeu uma entrevista à revista Veja e falou sobre o tema.
Shermer afirma que o caminho trilhado por cientistas e crentes é frontalmente contrário: “É na categoria de homens que não se rendem a narrativas fictícias, que se encaixa o cientista. Os crentes seguem a trilha inversa, a dos que se contentam com suposições sobrenaturais”. Para o psicólogo, a crença “é um fenômeno que tem a ver com a química do cérebro: a convicção de que o pensamento mágico é o que basta para a compreensão do universo produz uma sensação de prazer. Ficamos felizes em imaginar que seres místicos, sejam eles deuses ou extraterrestres, se preocupam e cuidam de nós. Não nos sentimos sós”, argumenta.
Sobre o tempo que era evangélico e atuava na propagação do evangelho, Michael Shermer responsabiliza o desejo por explicações simples: “Somos mais abertos à religião na juventude e na velhice. Naturalmente, no fim da vida é comum procurar por conceitos reconfortantes, ainda que irreais. No meu caso, o apelo da crendice me atingiu na juventude, como uma explicação fácil para tudo o que existe. A religião tem um apelo social enorme. O ambiente alentador de uma comunidade ajuda a afastar as dúvidas até daqueles que não acreditam plenamente no sobrenatural e nos dogmas religiosos. Desvencilhei-me da crença ao entrar para a comunidade científica. O método científico, cujo princípio básico é o de que qualquer afirmação deve ser comprovada em experimentos repetidos, alimenta o ceticismo e favorece o progresso”.
Sobre a crença em ideais, o pesquisador afirma que em seu ponto de vista, seria bom que a sociedade abolisse a religião: “É impossível deixar de crer. A ciência também depende da nossa capacidade de elaborar crenças. Qualquer experimento nasce com uma premissa baseada no que se acredita ser verdade. Ideologias também precisam da habilidade de crer. Eu acredito no liberalismo, na democracia e nos direitos humanos. Podemos, porém, abandonar o que não pode ser explicado, como deuses e bruxos. Não nos faria falta”, pontua.
A crítica às igrejas em geral é severa, por parte de Michael Shermer, que exemplifica comparado sociedades menos religiosas a países como o Brasil: “As igrejas se tornaram um fator de corrupção, motivo de guerras e perseguições. Por sorte, presenciamos o declínio da crença no sobrenatural. Países do norte europeu, onde apenas um quarto da população segue alguma religião, têm índices de criminalidade, suicídio e doenças sexualmente transmissíveis inferiores aos de estados em que a maioria dos habitantes é de crentes, como os Estados Unidos e o Brasil. Se a religião se declara um bastião da bondade, por que, historicamente, estados teocráticos são mais suscetíveis à criminalidade do que os seculares?”, questiona.

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