sábado, 29 de janeiro de 2011

Cardeal holandês testemunha em caso de pedofilia

O cardeal Ad Simonis, ex-líder da Igreja católica da Holanda, vai testemunhar pela primeira vez sobre o que sabia em relação ao abuso de crianças na Igreja. Há algum tempo, os comentários feitos por ele a respeito do assunto causaram protestos no país.

Simonis depõe hoje em Middelburg, no sul da Holanda. Vai ser a primeira vez que um clérigo de tão alto escalão fala ao tribunal holandês sobre o abuso de crianças.

O caso Middelburg foi trazido à tona por um homem de 34 anos, que sofreu abusos pelo padre Jan N. O abuso aconteceu durante os primeiros anos da década de 1990 em Terneuzen, diocese de Breda. A vítima espera que as evidências trazidas pelo cardeal Simonis e outros membros da hierarquia da igreja mostrem que a diocese não tomou medida alguma para prevenir os abusos.

Acobertando a pedofilia

O bispo Hans van de Hende e o padre Herman Spronck, provincial dos salesianos na Holanda, testemunharam na semana passada. Padre Spronk admitiu que os salesianos (a primeira ordem a que se filiou o padre Jan) não informaram a diocese de Breda sobre as denúncias de pedofilia.

Enquanto ocupou um cargo de autoridade no centro de Juventude Dom Bosco em Rijswijk, padre Jan abusou sexualmente de vários meninos. Ele foi preso em 1979 e confessou ter cometido os abusos, mas, depois de uma semana de prisão, pôde cumprir a pena fora da cadeia, alegando problemas de saúde. O caso foi arquivado em 1980 pela promotoria pública em Haia. O motivo do arquivamento não ficou claro e, depois disso, o dossiê foi destruído.

Lamentável

Apenas cinco anos depois, padre Jan começou a trabalhar em uma paróquia de Terneuzen, também na diocese de Breda, mas onde sua história não era conhecida. Em 1990, o padre foi condenado pelo abuso sexual de vários meninos. Foi também suspenso por quarto meses e obrigado a fazer 160 horas de trabalhos comunitários.

A evidência fornecida pelo padre Spronck parece tirar a responsabilidade da diocese de Breda. O religioso admitiu que um aviso teria, provavelmente, evitado mais abusos. A inércia dos salesianos “foi lamentável”, disse ele à emissora pública holandesa NOS.

O que o cardeal sabia?

Agora é a vez do Cardeal Simonis testemunhar sobre o que ele sabia a respeito do primeiro caso de abuso em Rijswijk. À época, ele trabalhava como bispo de Roterdã, diocese à qual pertence Rijswijk. Espera-se que seu depoimento possa deixar mais claro se há evidências suficientes para mover um processo contra a diocese de Breda.

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sábado, 29 de janeiro de 2011

Cardeal holandês testemunha em caso de pedofilia

O cardeal Ad Simonis, ex-líder da Igreja católica da Holanda, vai testemunhar pela primeira vez sobre o que sabia em relação ao abuso de crianças na Igreja. Há algum tempo, os comentários feitos por ele a respeito do assunto causaram protestos no país.

Simonis depõe hoje em Middelburg, no sul da Holanda. Vai ser a primeira vez que um clérigo de tão alto escalão fala ao tribunal holandês sobre o abuso de crianças.

O caso Middelburg foi trazido à tona por um homem de 34 anos, que sofreu abusos pelo padre Jan N. O abuso aconteceu durante os primeiros anos da década de 1990 em Terneuzen, diocese de Breda. A vítima espera que as evidências trazidas pelo cardeal Simonis e outros membros da hierarquia da igreja mostrem que a diocese não tomou medida alguma para prevenir os abusos.

Acobertando a pedofilia

O bispo Hans van de Hende e o padre Herman Spronck, provincial dos salesianos na Holanda, testemunharam na semana passada. Padre Spronk admitiu que os salesianos (a primeira ordem a que se filiou o padre Jan) não informaram a diocese de Breda sobre as denúncias de pedofilia.

Enquanto ocupou um cargo de autoridade no centro de Juventude Dom Bosco em Rijswijk, padre Jan abusou sexualmente de vários meninos. Ele foi preso em 1979 e confessou ter cometido os abusos, mas, depois de uma semana de prisão, pôde cumprir a pena fora da cadeia, alegando problemas de saúde. O caso foi arquivado em 1980 pela promotoria pública em Haia. O motivo do arquivamento não ficou claro e, depois disso, o dossiê foi destruído.

Lamentável

Apenas cinco anos depois, padre Jan começou a trabalhar em uma paróquia de Terneuzen, também na diocese de Breda, mas onde sua história não era conhecida. Em 1990, o padre foi condenado pelo abuso sexual de vários meninos. Foi também suspenso por quarto meses e obrigado a fazer 160 horas de trabalhos comunitários.

A evidência fornecida pelo padre Spronck parece tirar a responsabilidade da diocese de Breda. O religioso admitiu que um aviso teria, provavelmente, evitado mais abusos. A inércia dos salesianos “foi lamentável”, disse ele à emissora pública holandesa NOS.

O que o cardeal sabia?

Agora é a vez do Cardeal Simonis testemunhar sobre o que ele sabia a respeito do primeiro caso de abuso em Rijswijk. À época, ele trabalhava como bispo de Roterdã, diocese à qual pertence Rijswijk. Espera-se que seu depoimento possa deixar mais claro se há evidências suficientes para mover um processo contra a diocese de Breda.

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