2 de dez. de 2025

Maduro teme Trump e pede ‘misericórdia’ a cristãos nos EUA


Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, emitiu um apelo a “irmãos cristãos” dos Estados Unidos, pedindo que eles promovam a paz, não a guerra, temendo uma possível ação militar dos Estados Unidos em território venezuelano. A fala foi proferida durante um evento de oração pela paz da Venezuela no Palácio de Miraflores, em Caracas, em meio ao crescente aumento das tensões entre o governo venezuelano e a Casa Branca.

Em um contexto de mobilização militar liderada pelos Estados Unidos, com a operação “Lança do Sul” anunciada pelo Pentágono, Maduro pediu aos americanos que interrompessem os planos de guerra, sem mencionar diretamente nomes de autoridades. O presidente venezuelano se mostrou preocupado com uma possível tragédia envolvendo o Caribe e a América do Sul, dizendo que a “mão enlouquecida” de alguns governantes poderia levar a região a um conflito devastador.

A declaração de Maduro sobre paz e unidade cristã se dá após o governo dos EUA intensificar sua presença militar na região, particularmente no mar do Caribe, algo que Caracas interpreta como uma ameaça direta. Ao longo da sua fala, o líder chavista também fez um apelo pela unidade cristã global e em favor de um “espírito de perdão, misericórdia e harmonia”, segundo informado pela Gazeta do Povo.

No entanto, o tratamento dispensado aos cristãos dentro da Venezuela, sob o regime de Maduro, contrasta fortemente com suas declarações de paz. Recentemente, o Comitê pela Liberdade dos Presos Políticos denunciou ataques e intimidações a cristãos durante uma missa em Caracas, quando fiéis se reuniram para rezar pela libertação de presos políticos. Esse incidente, em que membros dos chamados “coletivos” chavistas cercaram a igreja e ameaçaram os participantes, ilustra a repressão religiosa no país.

A organização Portas Abertas, que monitora a liberdade religiosa, relatou também o constante cerceamento da oposição política dentro das igrejas, com líderes religiosos sendo alvos de perseguições por denunciarem as injustiças cometidas pelo governo. Em um relato anônimo, um pastor detalhou como sua igreja sofreu represálias após recusar apoio político ao governo chavista, sendo punido com o corte de energia elétrica. “Eles nos oferecem infraestrutura e ajuda, mas não aceitamos, e a punição veio rapidamente”, disse o pastor, destacando a falta de liberdade de pensamento no país.

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