28 de dez. de 2025

Inédito: médicos chineses costuram orelha no pé e a mentém viva

 Orelha costurada no pé

Reprodução SCMP
Orelha costurada no pé


Cirurgiões da  China realizaram um procedimento considerado inédito na medicina ao enxertar a orelha de uma paciente no  para mantê-la viva antes de recolocá-la em sua posição original. A cirurgia foi conduzida por uma equipe do Hospital Provincial de Shandong, na cidade de Jinan, segundo a plataforma especializada Med-J. A informação é do jornal South China Morning Post.A paciente, identificada apenas pelo sobrenome Sun, perdeu completamente a orelha em um acidente de trabalho ocorrido em abril, envolvendo maquinário pesado. O trauma também provocou ferimentos extensos no couro cabeludo, no pescoço e no rosto, com lacerações graves e fragmentação dos tecidos, o que colocou a vida da mulher em risco.

Ao dar entrada no hospital, a equipe de microcirurgia tentou inicialmente reconstruir o couro cabeludo utilizando técnicas convencionais. No entanto, a gravidade dos danos aos tecidos e à rede vascular impediu o sucesso do procedimento. Sem condições imediatas de reimplantar a orelha no local original, os médicos precisaram buscar uma alternativa para preservar o órgão até que a região da cabeça estivesse recuperada.

A solução encontrada foi enxertar a orelha no dorso do pé da paciente. Segundo Qiu Shenqiang, vice-diretor da unidade de microcirurgia do hospital e responsável pela equipe, as artérias e veias do pé apresentam calibre compatível com os vasos da orelha. Além disso, a espessura da pele e dos tecidos moles da região é semelhante à da cabeça, o que reduz a necessidade de ajustes posteriores.

O procedimento, que não tinha precedentes documentados de sucesso, durou cerca de dez horas. Um dos principais desafios foi a conexão dos vasos sanguíneos extremamente finos da orelha, com diâmetro entre 0,2 e 0,3 milímetro, exigindo alto nível de precisão e experiência em microcirurgia.

Cinco dias após a cirurgia, a equipe enfrentou uma complicação grave: um problema no retorno venoso comprometeu a circulação sanguínea da orelha, que passou a apresentar coloração arroxeada. Para reverter o quadro, os médicos recorreram à técnica de sangria manual, aplicada cerca de 500 vezes ao longo de cinco dias.

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