
Segundo levantamento do Instituto Locomotiva, os crentes são os que mais associam a fé à qualidade de vida e ao equilíbrio emocional
Por Cristiano Stefenoni
A religião exerce papel central no bem-estar emocional de 75% dos evangélicos no Brasil, segundo levantamento do Instituto Locomotiva, divulgado nesta segunda-feira (29). O dado coloca os crentes como o grupo que mais associa a fé à qualidade de vida e ao equilíbrio emocional, em um cenário de crescente debate sobre saúde mental no país.
A pesquisa aponta que a religião funciona como uma importante rede de apoio emocional para os brasileiros. Entre os católicos, embora o impacto seja menor, o resultado ainda é significativo: 56% dos entrevistados afirmam que a fé influencia diretamente sua sensação de bem-estar no dia a dia.
O levantamento surge em um contexto em que especialistas e profissionais de saúde têm ampliado as discussões sobre os efeitos da espiritualidade na saúde mental. Para muitos fiéis, a religião vai além da dimensão ritual e doutrinária, atuando como espaço de acolhimento, pertencimento e suporte emocional, especialmente em períodos de dificuldade pessoal ou familiar.
Entre os evangélicos, esse vínculo tende a ser mais intenso, impulsionado por maior frequência de participação em atividades comunitárias, envolvimento em grupos e uma vivência mais cotidiana da fé. A pesquisa indica que, para esse público, a igreja também cumpre uma função social relevante, funcionando como ambiente de escuta, cuidado e fortalecimento emocional.
A neurocientista Dra. Quézia Anders lembra que a saúde mental está intimamente ligada à saúde espiritual, isso porque, segundo Provérbios 9:10, “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (junção de conhecimentos/inteligência).
“Verificamos na análise desse provérbio que inteligência é totalmente ligada a reconhecer a Deus, sem inteligência (sabedoria/saúde mental), a primeira alteração que veremos é uma saúde espiritual prejudicada. Inclusive, verificamos isso nos transtornos mentais: uma sessão de perda de fé, de incapacidade de orar são sintomas de depressão e ansiedade, que afetam a vida espiritual, justamente por diminuírem os neurotransmissores”, afirma a doutora.
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