31 de dez. de 2025

Assassinato de evangelista provoca comoção em Uganda

 

Uganda: a morte de um evangelista após sua participação em um evento público de diálogo entre cristãos e muçulmanos, realizado no início deste mês, causou comoção segundo relatos de líderes locais. A vítima foi identificada como Konkona Kasimu, de 42 anos, um convertido do Islã conhecido, segundo pessoas próximas, por citar com frequência a Bíblia e o Alcorão em encontros desse tipo.

De acordo com líderes da New Eden Church, igreja à qual Kasimu era ligado, o grupo promoveu um diálogo ao ar livre na cidade de Busia, no leste de Uganda, entre os dias 08 e 12 de dezembro. A equipe enviada ao local era composta por quatro evangelistas — três homens e uma mulher — com Kasimu como principal palestrante. Os demais integrantes atuavam em orientação espiritual e discipulado de pessoas que demonstravam interesse pela fé cristã.

Segundo os organizadores, as tensões aumentaram no último dia do encontro, após conversões públicas ao cristianismo. Ainda de acordo com esses relatos, cristãos da região abrigaram Kasimu por um curto período, por preocupação com a segurança, antes de a equipe deixar Busia na noite de 12 de dezembro, com destino à cidade de Iganga.

Por volta das 18h30, o grupo seguiu viagem em duas motocicletas. Kasimu viajava com a integrante da equipe Recheal Kyakuwa, enquanto os outros dois membros foram em outra motocicleta. Ao atravessarem uma área pantanosa de Nakalama, quatro homens, descritos como vestidos com trajes islâmicos, teriam interrompido o trajeto, segundo o depoimento atribuído a Kyakuwa.

Kyakuwa sobreviveu e precisou de atendimento hospitalar. Ela relatou que, no início, os cristãos acreditaram que os homens precisavam de ajuda, mas que um deles teria reconhecido Kasimu como participante do evento em Busia e, em seguida, o agrediu. Kyakuwa também disse que foi atacada e depois perdeu a consciência. Os dois integrantes que estavam na outra motocicleta fugiram do local durante a ocorrência, segundo o mesmo relato.

Kasimu não resistiu aos ferimentos e morreu. A notícia da morte se espalhou entre comunidades cristãs do leste de Uganda, e líderes religiosos atribuíram o episódio à atuação evangelística do pregador.

O pastor Jeremiah Kasowe, da New Eden Church, em Iganga, declarou: “Kasimu foi morto por promover o Reino de Deus”. Ele acrescentou: “Perdemos um grande homem, versado tanto no Alcorão quanto na Bíblia, que usava esse conhecimento para testemunhar Cristo a muitas pessoas”.

Até o momento do relato apresentado, a polícia investigava o caso e não havia divulgado um comunicado oficial, conforme informado pelo Morning Star News.

A Constituição de Uganda e outras leis do país reconhecem a liberdade religiosa, incluindo o direito de propagar a própria fé e de se converter de uma religião para outra. Estimativas citadas no texto indicam que os muçulmanos representam até 12% da população ugandense, com maior concentração em áreas do leste do país.

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