A permissividade das igrejas europeias em relação ao homossexualismo, que levou diversas denominações a realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo e ordenar pastores e bispos abertamente gays, tem dado espaço para o surgimento do conceito de “cristão gay”.
Uma clara contradição de termos, mas algo que parece estar se consolidando em todo mundo.
As chamadas “igrejas inclusivas” já estão presentes no Brasil, embora reconhecidamente atentem contra os ensinamentos das Escrituras, baseiam seu raciocínio em uma leitura da Bíblia que ignora as claras condenações desse comportamento.
Agora, na Inglaterra, parece haver uma inversão total de valores, onde os gays procuram ditar os comportamentos. A pastora inglesa Jayne Ozanne, que lidera desde 2015 o grupo ativista “Evangélicos que Aceitam”, é um bom exemplo disso.
A ativista, que defende a “inclusão total” das pessoas LGBT na igreja, conta que foi criada em uma igreja com crenças conservadoras. “Eu acreditava piamente que: ou se acreditava em Deus ou se tinha uma relação homossexual. Era tudo muito preto ou branco. Não acreditava que fosse possível ser homossexual e cristão. (…) Deus é um Deus de surpresas. Nunca podemos ter a certeza sobre o que o futuro nos reserva, mas o que sei é que Ele sempre estará lá para transformar as nossas horas mais negras em algo belo.”
Em 2009, quando decidiu assumir sua homossexualidade, reclama que foi rejeitada pela maioria dos religiosos com quem convivia. Quase 10 anos depois, acredita que a igreja inglesa está mais “receptiva”, mas que ainda é preciso lutar pela igualdade.
Pesquisas recentes mostram que 45% consideraram que os casamentos gay é correto, contra 37% que acreditam ser errado.
Uma das maneiras que ela tenta fazer isso é usando a conhecida estratégia do vitimismo. Falando ao jornal The Guardian, afirma que os cristãos gays, como ela são vítimas de “abuso espiritual” por causa de sua sexualidade.
Segundo Ozanne, existe uma alta taxa de suicídio, automutilação e depressão entre os LGBT que se consideram cristãos. “As igrejas correm o risco de se tornar lugares de turbulência e dor”, reclama, insistindo para que todas as denominações ignorem séculos de tradição e se tornem forçosamente inclusivas.
Recentemente, ela pediu oficialmente que as igrejas da Inglaterra “rejeitem” a prática da “conversão de gays”. Segundo ela, isso seria algo antiético e prejudicial nos “dias de hoje”.
“O abuso espiritual pode causar danos duradouros às vítimas, particularmente em relação ao seu senso de identidade, bem-estar e saúde mental”, afirma. Ela quer também que o governo reconheça que além dos quatro tipos de abuso reconhecidos (físico, sexual, emocional e negligência) seja incluído o espiritual.
Em sua cruzada pelo reconhecimento do abuso espiritual como algo que deveria ser proibido, ela recebeu o apoio da Royal College of Psychiatrists, uma das faculdades de psiquiatria mais reconhecidas do Reino Unido. Ela deseja que as igrejas se dobrem a um documento que condena toda tentativa de submeter um homossexual à “terapia de conversão”.
O material é assinado pela Associação Britânica de Aconselhamento e Psicoterapia, a Sociedade Britânica de Psicologia e o Conselho de Psicoterapia do Reino Unido.
A pastora Ozanne insiste que “o abuso espiritual é bastante comum nas igrejas evangélicas e pentecostais. Reclama ainda que os pastores tentam deixar as pessoas sentindo “vergonha da sua sexualidade, culpa, pecaminosidade, desespero e, sobretudo, profundamente deprimidas”.
A ativista entende que “a prática mais prejudicial é, muitas vezes, o uso indevido das Escrituras
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