A
aprovação do casamento gay nos estados americanos de Maryland, Maine e
Washington, na última terça-feira (6), não foi unanimemente comemorada
ao redor do planeta. O Vaticano prometeu, no sábado (10), não parar de
lutar contra as tentativas de “apagar” o papel privilegiado do casamento
heterossexual, que descreveu como uma “conquista da civilização”.
Publicou o jornal O Globo nesta segunda-feira (12).
O jornal “L’Osservatore Romano”,
mídia principal da sede da Igreja Católica Romana tem publicado
diariamente editoriais que respaldam a posição da Igreja Católica.
“Está claro que nos países ocidentais há
uma tendência disseminada de modificar a visão clássica do casamento
entre um homem e uma mulher, ou então de renunciar a ela, apagando seu
reconhecimento legal específico e privilegiado em comparação a outras
formas de união”, afirmou o padre Federico Lombardi, porta-voz do
Estado, em um editorial na Rádio Vaticano.
O sermão, transmitido para o mundo todo
em cerca de 30 línguas, descreveu os votos como míopes. “Por que não,
então, (legalizar) a poligamia e a poliandria (quando a mulher tem mais
de um marido)?”, chegou a questionar o porta-voz.
A Igreja Católica defende que a
homossexualidade não é um pecado, mas atos homossexuais, sim. Declara
também, oficialmente, que os direitos dos gays devem ser reconhecidos,
mas as uniões não devem ter o mesmo valor das heterossexuais nem
permitir que adotem crianças.
O L’Osservatore Romano desejou,
em editorial, uma “discussão mais aprofundada” que possa ir contra a
“evolução antropológica” que anuncia a legalização do casamento
homossexual, associado a uma possibilidade de adoção.
Espanha e França
É a primeira vez, nos Estados Unidos,
que os direitos matrimoniais são estendidos a casais do mesmo sexo por
voto popular, embora alguns estados já permitissem anteriormente a
prática. A expectativa é que o debate sobre a constitucionalidade da
restrição de casamentos a uniões entre homens e mulheres chegue à
Suprema Corte dos Estados Unidos em breve. A Conferência de Bispos
Católicos dos EUA promete liderar os esforços para influenciar a decisão
da Justiça.
As vitórias da causa gay em estados
americanos, porém, não são a única preocupação da Igreja Católica. O
governo francês enviou, na semana passada, um projeto de lei que
legaliza a união entre homossexuais para ser debatido entre o Conselho
de Ministros do país, uma antiga promessa de campanha do presidente
François Hollande. Dias antes, a Corte Constitucional da Espanha,
tribunal máximo do país, rechaçou um apelo contra a legislação que
permite o casamento de pessoas do mesmo sexo.
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