Ele é invisível e indefinível, mas, por favor, não o confunda com paixão, sexo ou desejo. Imagina-se que o amor aconteça por acidente, mas, se Deus nos mandou amar, nossa vontade é importante no processo. Ele não nos daria uma ordem cuja obediência dependesse do acaso. A vontade pode estar condicionada a uma série de fatores que envolvem a expectativa. Se não atende ao que esperamos, decidimos não amar.
Apesar dos diferentes tipos ou níveis do amor, ele é, antes de tudo, aceitação e acolhimento. Não é assim que começa (ou não) o amor dos pais pelos filhos, antes mesmo de haverem nascido? O amor não vem no DNA nem acontece por ocaso, mas é uma atitude, consciente ou não, antes de ser um sentimento.
Devemos amar a Deus, ao cônjuge, aos filhos, aos irmãos, aos amigos, ao próximo (que pode ser um desconhecido) e até aos inimigos. Também é importante amar a si mesmo, mas não ao mundo nem às coisas materiais. “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1João 2.15).
Antes de Jesus vir ao mundo, as pessoas já sabiam amar, mas Ele nos mostrou o grande alcance que o amor deve ter: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei” (João 15.12). O padrão é muito alto, pois inclui dar a vida pela pessoa amada. O apóstolo João escreveu: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1Jo 3.18). Paulo também advertiu: “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem” (Rm 12.9). O amor fingido é aquele declarado pelas palavras, mas nunca provado pelas ações. Não que as declarações de amor sejam erradas, pois até na Bíblia elas se encontram (Ap 3.19), mas essa não pode ser a única expressão de quem ama.
A prova do amor não se dá apenas quando tudo está bem, mas principalmente quando as coisas vão mal: na doença, na crise financeira, na escassez, nas adversidades, enfim. “Mas Deus prova o Seu amor para conosco, pelo fato de Cristo ter morrido por nós, quando éramos ainda pecadores” (Rm 5.8). Amar para ganhar é fácil, mas o Evangelho nos ensina a amar para doar ou até para perder, se preciso for. O namoro, por exemplo, é um tempo de amar sem receber em troca o que seria próprio do matrimônio. Quem não estiver disposto ao amor sem sexo pode ser uma pessoa falsa e egoísta. Amar por interesse é próprio da natureza humana. Amar apenas enquanto a pessoa é útil pode ser simples fingimento. O verdadeiro amor é aquele que continua mesmo depois da ofensa. Seu fruto é a misericórdia e o perdão.
:: Pr. Anísio Renato de Andrade
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