Não é de hoje que a ideologia comunista cria vítimas na sociedade com vista a utilizá-las como armas de ataque e demolição, ou mesmo como massa de manobra, apenas. A maior parte das vítimas que o comunismo cria sempre está ligada a certo grupo, como por exemplo, o de negros, o de gays, o de mulheres, gordos, pobres e etc. E quando o comunismo resolve criar uma vítima isolada, é porque essa “vítima” lhe será útil de alguma forma.
É lógico que não estou defendendo a idéia de que pessoas ligadas aos grupos supracitados ou até a outros não ditos, não sejam ou não tenham sido vítimas de algum tipo de ódio, pré-conceito e etc., mas estou dizendo que há uma diferença entre querer liberdade de escolha, de realização e etc., e querer utilizar-se desses flagelos para beneficiar-se política e ideologicamente.
Em outros tempos, o comunismo, a exemplo do que ocorreu em Cuba, ao invés de criar vítimas, as fazia. Matavam os gays, por exemplo. Mas notou-se que fazer vítimas (e elas ultrapassam, segundo dados históricos, aos mais de 100 milhões), só lhes denegria a imagem e retardava seu intento. Decidiu-se, por tanto, que era muito melhor criar as vítimas.
A primeira vítima criada pelo Comunismo foi a do “indefeso trabalhador”, que, no fundo no fundo, nutria, conforme Marx, o anseio de promover uma revolução para acabar com a “Mais Valia” – o que nunca ocorreu.
Eu sei o quanto é chato ser um tipo de alvo fácil do pré-conceito. Quando vejo alguém zombar de outro alguém por ele/ela estar acima do peso, consigo dimensionar a frustração, a vergonha e o desprezo que tal pessoa está sentindo. E não foi só uma ou duas vezes que sai em defesa de pessoas que enfrentavam tal afronta moral, pois o dilema delas era o mesmo meu. Mas há uma diferença entre eu me dispor a ajudar tais pessoas apenas para garantir sua dignidade a me dispor conseguir seu apoio à minha causa ideológica e política com essa ação.
Como o lamento por sofrer algum tipo de preconceito corrói nossas bases internas, destrói nossa auto-estima e nos tornam vítimas vulneráveis, os grupos que sofre algum tipo de pré-conceito se tornam facialmente manipuláveis, pois estão na frenética busca por aceitação. Mas, cá para nós, o pré-conceito só tem efeito sobre quem compartilha da mesma idéia preconceituosa. Eu só vou achar ruim ser esnobado por ser gordo se eu não me aceitar como gordo, ou tiver a idéia de que ser gordo é ser feio, e entender que eu mereça ser excluído da sociedade por ser acima do peso.
Ao mesmo tempo em que a idéia do vitimismo comunista promete liberdade aos que sofrem, acaba fazendo dessas pessoas eternas presas de seu auto-preconceito. Que existe preconceito contra negros, gays e outros grupos da sociedade, isto é fato, mas nada que seja tão exacerbado quanto se reverbera com vozes odiosas por aí.
Por exemplo, o cristianismo vê a prática gay como pecado. Como fazer para resolver o problema? Os cristãos, em detrimento aos gays, devem ser mortos? Não, nenhum nem outro deve morrer. Deve-se forçá-los a mudar suas crenças, ou o gay deve se aceitar como tal e ir viver sua vida sem querer impor sua prática através de lei ou outros mecanismos (uma espécie de vingança)? Se o gay não aceita a mensagem religiosa do cristão, assim como o cristão não aceita a prática homossexual do gay, não se deve iniciar uma guerra por causa disso, pois seria um desproposito; é preciso conviver em paz, um tolerando o outro.
Sempre ouvi pregações dizendo que a prática homossexual era pecado, mas nunca ouvi um pastor dizer que gay tinha que ser morto por isso, antes, nos pediam para orar por essas pessoas. Eu não cresci odiando gays por causa dessa mensagem – e meus amigos gays sabem bem disso.
Para compensar o negro por ter sofrido escravidão, ter sido tido como párea em décadas e séculos passados, entende-se que a criação de cotas raciais é a melhor saída. Mas eu e a maioria das pessoas da sociedade não concordamos com o que se fez aos negros, ou seja, que culpa tenho eu se um certo grupo branco decidiu se sobrepor ao grupo negro como forma de dominação e escravização? Eu devo a eles só por ser branco? A melhor forma de reparar equívocos históricos de dominação racial não são as cotas, pois elas tornam o negro, em tese, sem a mesma capacidade intelectual que os brancos, pois não terão de disputar em pé de igualdade uma vaga em cargos públicos, universidades e etc., antes, se está perpetuando a idéia de “supremacia branca”.
Para encerrar, cito o que disse o médico psiquiatra e escritor britânico, Anthony Daniels: “Quando as pessoas são qualificadas em grupos, o caráter e a conduta de cada indivíduo perde importância, o que cria as piores injustiças. Enquanto uma parcela dessa população pobre luta por uma vida digna e independente por meio do trabalho, a outra parcela abraçada pela benevolência estatal curte a vida desrespeitando e violentando uns aos outros despudoradamente”.
Precisamos é de paz, e não de convulsão social. A convulsão social gera mortes e mais ódio, apenas. Não se permita ser feito/a massa de manobra, seja autônomo/a, autêntico. Acima de ser branco, negro, gay, gordo, homem ou mulher, todos somos humanos.
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