Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento que levou para a cadeia os mensaleiros, o presidente da corte e relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, tornou-se alvo de uma perseguição implacável. Orquestrada pelos seguidores dos condenados no maior escândalo de corrupção da história, a ação começou com insultos variados da militância petista escondida atrás de perfis apócrifos na internet.
Com o tempo, as grosserias virtuais evoluíram para ataques racistas, desacatos públicos e até ameaças de morte contra o magistrado. As agressões tinham o objetivo cristalino de deslegitimar as decisões do ministro responsável pela execução das penas e pressioná-lo a conceder aos condenados o benefício de trabalhar fora da prisão.
Depois de ser afrontado publicamente pelo advogado Luiz Fernando Pacheco, Joaquim Barbosa renunciou à relatoria do caso – uma decisão, segundo ele, tomada porque as partes “deixaram de se valer de argumentos jurídicos destinados a produzir efeitos nos autos e passaram a atuar politicamente na esfera pública através de manifestos e até mesmo partindo para os insultos pessoais”. Uma advertência de que algo não vai bem na instituição.
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