Foram cinco dias de carnaval: a festa dos excessos e do descontrole. Enquanto os blocos iam passando, facadas, furtos, roubos, assédios, tiroteio, bebedeiras, orgias, traição, uso indevido do corpo, prostituição e lascívia se destilavam pelas ruas.
Para alguns estudiosos, o Carnaval teve origem na Babilônia através da comemoração das Saceias. Outros historiadores acreditam que o Carnaval teve início na Grécia por volta de 600 a.C., na altura em que era comemorado o princípio da primavera. Há, entretanto, suposições de que a sua origem decorre da Saturnália, em Roma, ocasião na qual as pessoas se mascaravam e passavam dias a brincar, comer e beber.
As associações entre o Carnaval e as orgias se relacionam às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
Neste ano, talvez o momento mais chocante foi o desfile da escola de samba Gaviões da Fiel, no Carnaval de São Paulo. No sambódromo, ela apresentou um duelo entre Satanás e Jesus, mas com a derrota do Filho de Deus. O coreógrafo Edigar Junior revelou que o propósito era chocar, mexer com a polêmica Jesus e o diabo, e a fé de cada um.
Em nota publicada na última semana, a Frente Parlamentar Evangélica da Câmara dos Deputados manifestou “profunda indignação e repúdio ao espetáculo”, alegando que “manifestações dessa natureza estimulam o desrespeito e a intolerância, caminho inverso àquele que nós, brasileiros, estamos buscando consolidar continuadamente”.
Assim, o Carnaval revela-se cada vez de forma mais transparente como essa festa dedicada aos prazeres da carne, ao escárnio dos princípios do Reino, a zombar do Filho de Deus, ao atendimento dos desejos mundanos, aos excessos… para que, na quarta-feira de cinzas, indivíduos que se esbanjaram nos seus desejos se “arrependam” e voltem a fazer tudo outra vez no ano seguinte.
Como cristãos, nosso dever é analisar as Escrituras e entender o nosso papel diante de tais apropriações culturais. Em Gálatas 5, a Bíblia diz que as obras da carne são manifestas, e aqueles que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Elas se constituem na imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes.
Além disso, devemos nos lembrar que muitos dos governos locais financiam essas festas. A Prefeitura de Belo Horizonte, por exemplo, doou 600 mil reais para 84 blocos carnavalescos. Já a Prefeitura do Rio injetou 13 milhões! É o dinheiro público, arrecadado de cada contribuinte, que subsidia esses dias. O que estão fazendo com nosso dinheiro?
Assim, além de orar pela nossa nação e pelo fim das festas que vangloriam a carne e não o Espírito, devemos demonstrar nosso repúdio a tais instituições, ficar atento aos gastos públicos e fiscalizar o uso indevido de tais recursos. Nosso dinheiro deve ser bem investido em temas urgentes para o nosso país, como segurança, educação e saúde, e não em festas que criam o ambiente propício para bebedeiras e orgias. Que Deus tenha misericórdia no nosso país!
:: Aléxia Duarte [Grupo de Ação Política – GAP]
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