Em entrevista ao programa Fantástico da Rede Globo, a brasileira Rosana Rodrigues contou ao correspondente Roberto Kovalick sobre seu filho que se alistou nas tropas do Estado Islâmico (EI).
Brian de 21 anos, tem cidadania belga, mas fala português. Foi várias vezes ao Brasil e, ao se juntar ao Estado Islâmico, adotou o nome de Abu Qassem Brazili, ou o Abu Qassem brasileiro.
“Um dia ele foi. Um dia eu fui no quarto dele e ele já não estava mais lá. Ele só se despediu da minha filha mais nova. Deu um beijo no rosto dela e falou que essa era a última vez que ela ia ver ele”, ela conta.
A Bélgica é um país de 11 milhões de habitantes, com uma das melhores qualidades de vida do planeta e um dos celeiros de extremistas do Estado Islâmico na Europa.
O grupo se autoproclamou um califado, uma comunidade muçulmana radical em uma região entre a Síria e o Iraque.
O EI se tornou ainda mais conhecido depois dos vídeos em que dois jornalistas americanos e um voluntário britânico aparecem sendo decapitados por um extremista. Estima-se que mais de 2 mil ocidentais se juntaram ao grupo e 300 saíram da Bélgica.
Brian é filho de pai belga e estudava em uma das melhores escolas católicas da cidade. Praticava a religião.
“Ele era muito católico e, na maioria das fotos que ele tem no Brasil e aqui na Bélgica ou na Espanha, na Turquia, aonde ele esteve, ele sempre usava um crucifixo”, relata a mãe.
A transformação de Brian começou com uma grande decepção, o fim de um sonho. Ele queria ser jogador de futebol. Mas aos 17 anos, foi dispensado e entrou em depressão.
Foi nesse momento que os extremistas se aproximaram dele. Não é um caso isolado. Esta semana, uma revista belga publicou a entrevista com outro rapaz que está lutando na Síria. E ele declara: “Antes nossos ídolos eram Ronaldo e Messi. Hoje é Bin Laden”.
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