segunda-feira, 16 de junho de 2014

Copa do Mundo deixa agricultores brasileiros em estado de alerta

Os 31 países que vêm ao Brasil para a disputa da Copa do Mundo abrigam mais de 350 pragas ainda inexistentes em território nacional. Essa situação está fazendo do Mundial uma dor de cabeça para os produtores rurais brasileiros. Um levantamento encomendado pela Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal) mostra que entre as pragas que podem ser trazidas do exterior estão insetos, ácaros, fungos e vírus — se introduzidos nas lavouras brasileiras, esses organismos certamente trarão prejuízos aos agricultores locais e podem até impactar na produção nacional de alimentos. Apenas a cidade de São Paulo, por exemplo, receberá ainda torcedores de Holanda, Bélgica e Chile, três dos maiores produtores de flores e hortaliças do mundo, além também de Bélgica, Uruguai, Coreia do Sul e Inglaterra. Em razão disso, São Paulo está em estado de alerta: devido ao deslocamento de dezenas de milhares de torcedores, as chances de alguma dessas pragas chegar à região aumentam consideravelmente. Leia mais notícias de Economia e ajuste suas contas Regina Sugayama, diretora da consultoria Agropec e autora do estudo, diz que o aumento do trânsito de pessoas entre países nos últimos anos ajuda na proliferação das pragas pelo mundo. Entre 1901 e 2014, 68 espécies de pragas exóticas foram detectadas no Brasil, sendo 20 delas somente nos últimos dez anos. — Às vésperas de grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, é preciso reforçar a atenção em nossas fronteiras e aeroportos. De acordo com a Fifa, organizadora do evento, mais de 1,5 milhão de ingressos para a Copa do Mundo já foram vendidos — 43% para torcedores de outros países. Serão milhares de turistas viajando pelo Brasil, fator que aumenta ainda mais a possibilidade de entrada de invasores. No período da Olimpíada de Pequim, em 2008, por exemplo, foram introduzidas 44 novas pragas na China. Dois anos depois, após os Jogos Asiáticos de Guangdong, foram identificadas mais 32 espécies invasoras. Segundo o diretor-executivo da Andef, Eduardo Daher, é preciso ter um plano efetivo de combate e prevenção antes e durante a Copa do Mundo. — Pois uma vez que a praga entra, por não ter inimigos naturais nem produtos registrados para o combate, seu controle é muito complicado. Ninguém imaginava que a Helicoverpa armigera poderia chegar ao Brasil. Pois ela chegou e, em um ano, já causou um prejuízo bilionário. Precisamos barrar a entrada de novas Helicoverpas. Os Estados Unidos, com 225 pragas quarentenárias para o Brasil, lideram o ranking das "nações mais perigosas" para o agronegócio brasileiro. Para piorar a situação, os americanos são também os que mais compraram ingressos para os jogos da Copa. Foram quase 190 mil entradas. Turistas vindos da França, Itália, Austrália e Alemanha também preocupam.

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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Copa do Mundo deixa agricultores brasileiros em estado de alerta

Os 31 países que vêm ao Brasil para a disputa da Copa do Mundo abrigam mais de 350 pragas ainda inexistentes em território nacional. Essa situação está fazendo do Mundial uma dor de cabeça para os produtores rurais brasileiros. Um levantamento encomendado pela Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal) mostra que entre as pragas que podem ser trazidas do exterior estão insetos, ácaros, fungos e vírus — se introduzidos nas lavouras brasileiras, esses organismos certamente trarão prejuízos aos agricultores locais e podem até impactar na produção nacional de alimentos. Apenas a cidade de São Paulo, por exemplo, receberá ainda torcedores de Holanda, Bélgica e Chile, três dos maiores produtores de flores e hortaliças do mundo, além também de Bélgica, Uruguai, Coreia do Sul e Inglaterra. Em razão disso, São Paulo está em estado de alerta: devido ao deslocamento de dezenas de milhares de torcedores, as chances de alguma dessas pragas chegar à região aumentam consideravelmente. Leia mais notícias de Economia e ajuste suas contas Regina Sugayama, diretora da consultoria Agropec e autora do estudo, diz que o aumento do trânsito de pessoas entre países nos últimos anos ajuda na proliferação das pragas pelo mundo. Entre 1901 e 2014, 68 espécies de pragas exóticas foram detectadas no Brasil, sendo 20 delas somente nos últimos dez anos. — Às vésperas de grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, é preciso reforçar a atenção em nossas fronteiras e aeroportos. De acordo com a Fifa, organizadora do evento, mais de 1,5 milhão de ingressos para a Copa do Mundo já foram vendidos — 43% para torcedores de outros países. Serão milhares de turistas viajando pelo Brasil, fator que aumenta ainda mais a possibilidade de entrada de invasores. No período da Olimpíada de Pequim, em 2008, por exemplo, foram introduzidas 44 novas pragas na China. Dois anos depois, após os Jogos Asiáticos de Guangdong, foram identificadas mais 32 espécies invasoras. Segundo o diretor-executivo da Andef, Eduardo Daher, é preciso ter um plano efetivo de combate e prevenção antes e durante a Copa do Mundo. — Pois uma vez que a praga entra, por não ter inimigos naturais nem produtos registrados para o combate, seu controle é muito complicado. Ninguém imaginava que a Helicoverpa armigera poderia chegar ao Brasil. Pois ela chegou e, em um ano, já causou um prejuízo bilionário. Precisamos barrar a entrada de novas Helicoverpas. Os Estados Unidos, com 225 pragas quarentenárias para o Brasil, lideram o ranking das "nações mais perigosas" para o agronegócio brasileiro. Para piorar a situação, os americanos são também os que mais compraram ingressos para os jogos da Copa. Foram quase 190 mil entradas. Turistas vindos da França, Itália, Austrália e Alemanha também preocupam.

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