sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Governo de Cuba fica com parte do salário de médicos exportados

Uma interessante oportunidade pelo aspecto profissional, mas problemática pelas restrições pessoais e pela falta de liberdade. É assim que médicos cubanos ouvidos pelo ‘Globo’ descrevem a experiência que tiveram ao participar de programas de exportação de profissionais de saúde de Cuba para outros países. Saiba mais: Apesar dos protestos, governo trará 4 mil médicos de Cuba Enviado para trabalhar no interior do Brasil na década de 1990, como parte de um convênio entre o governo de um estado brasileiro e Cuba, o médico “X”, que prefere se manter anônimo, conta que os cubanos selecionados não podiam se recusar a viajar sem que sofressem sanções. “Se recusasse, era considerado quase um contrarrevolucionário, o que lhe provocava uma série de dificuldades profissionais e pessoais. Acabava sobrando até para a família dele, que passava a ser hostilizada”. O profissional também critica a pouca remuneração. Segundo ele, ficava apenas com cerca de US$ 300 de um total de US$ 1.800. Ainda segundo o médico, quem recebia o dinheiro era a embaixada cubana, que repassava uma “parte” do valor para os profissionais. “Quando sobrava um pouco, enviávamos de volta para a família em Cuba. Era muito pouco pela quantidade de trabalho”, disse. Antes do fim dos dois anos do programa, “X” desertou e fugiu. Depois, homologou seu diploma de Medicina no Brasil, e hoje atua no país. Porém, o governo de Cuba não permite o retorno dele ao seu país. Enviada para a Bolívia há cerca de seis anos, a médica cubana “Y” conta que trabalhou por um ano e meio antes de desertar. Ela diz que recebia cerca de US$ 300 “de bolsa” para se sustentar na Bolívia. Quanto ao seu salário real, o governo cubano depositava cerca de 30% dele numa conta à qual ela só teria acesso ao fim do programa. Como saiu antes, não recebeu o dinheiro. “Comparado com a média do que o médico ganha em Cuba, US$ 27 por mês, a oportunidade parece boa, mesmo com as ressalvas”.

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Governo de Cuba fica com parte do salário de médicos exportados

Uma interessante oportunidade pelo aspecto profissional, mas problemática pelas restrições pessoais e pela falta de liberdade. É assim que médicos cubanos ouvidos pelo ‘Globo’ descrevem a experiência que tiveram ao participar de programas de exportação de profissionais de saúde de Cuba para outros países. Saiba mais: Apesar dos protestos, governo trará 4 mil médicos de Cuba Enviado para trabalhar no interior do Brasil na década de 1990, como parte de um convênio entre o governo de um estado brasileiro e Cuba, o médico “X”, que prefere se manter anônimo, conta que os cubanos selecionados não podiam se recusar a viajar sem que sofressem sanções. “Se recusasse, era considerado quase um contrarrevolucionário, o que lhe provocava uma série de dificuldades profissionais e pessoais. Acabava sobrando até para a família dele, que passava a ser hostilizada”. O profissional também critica a pouca remuneração. Segundo ele, ficava apenas com cerca de US$ 300 de um total de US$ 1.800. Ainda segundo o médico, quem recebia o dinheiro era a embaixada cubana, que repassava uma “parte” do valor para os profissionais. “Quando sobrava um pouco, enviávamos de volta para a família em Cuba. Era muito pouco pela quantidade de trabalho”, disse. Antes do fim dos dois anos do programa, “X” desertou e fugiu. Depois, homologou seu diploma de Medicina no Brasil, e hoje atua no país. Porém, o governo de Cuba não permite o retorno dele ao seu país. Enviada para a Bolívia há cerca de seis anos, a médica cubana “Y” conta que trabalhou por um ano e meio antes de desertar. Ela diz que recebia cerca de US$ 300 “de bolsa” para se sustentar na Bolívia. Quanto ao seu salário real, o governo cubano depositava cerca de 30% dele numa conta à qual ela só teria acesso ao fim do programa. Como saiu antes, não recebeu o dinheiro. “Comparado com a média do que o médico ganha em Cuba, US$ 27 por mês, a oportunidade parece boa, mesmo com as ressalvas”.

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