domingo, 25 de agosto de 2013
Acreditar nos Escribas ou no Espírito
Em matéria de teologia, os pensamentos são formados a partir de escolas, linhas de reflexão e convenções que vêm de encontro com as expectativas de quem corre em busca de conhecimentos específicos.
Todos têm seus escritores, pensadores, pregadores, apóstolos, profetas e mestres favoritos. Normal!
Contudo, para uma leitura mais aprofundada da Bíblia, precisamos estar dispostos a ir além. Veja bem, a Bíblia não deve ser estudada simplesmente como livro histórico e também não pode ser limitada às tradições que contém. Ora, a Bíblia é um livro interdimensional, uma coleção de registros de gente que andou com Deus, ouviu sua voz, interpretou suas palavras e a interface que fez ligação entre esses escritores e Deus foi o espírito.
Se quem escreveu o fez em espírito, então, os leitores devem igualmente fazer uso dessa mesma via para interpretar o que foi escrito. Sobre isto, Paulo disse aos coríntios que “falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais”. Conclui-se que, se Paulo falou com as palavras que o espírito ensinou, então, devemos ouvir como o espírito ensina.
Torno a repetir, não há nada de mal em adotar linhas de pensamento, regras hermenêuticas e fórmulas de estudar racionalmente a Palavra de Deus, mas o fundamental é que cada cristão tenha a capacidade pessoal de interpretar as Escrituras pela lente do espírito.
Entretanto, é comum observar vícios interpretativos sendo reverberados, atravessando congregações, nações e adentrando novas congregações. Tozer chamava isso de “evangelho de escriba”, que é justamente quando deixamos de lado a interpretação pessoal, fruto de reflexões proporcionadas nas meditações silenciosas no espírito, substituindo por autores de livros e pregadores.
Particularmente, não leio nada que seja “novo”. Gosto de livros velhos, daqueles que ultrapassaram todas as provas do tempo e, deixando de ser meros best sellers comerciais, se tornaram clássicos obrigatórios na cabeceira de qualquer leitor de teologia.
Isto é a prova do tempo dando sua chancela, afirmando o que realmente supera modismos, fatores culturais marcantes e, sobretudo, pontos de vista formados a partir de ‘achismos’. Falo isto baseado nas palavras de Pedro, quando escreveu que “nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação”.
Por estas razões, prefiro esperar por encontros ‘sobrenaturais’ com os livros, os profetas e os apóstolos. Espero que essas ocasiões sejam tramadas por Deus, segundo a orientação que o espírito dá. Não vou atrás do que está sendo falado, não busco congressos de avivamento, nem igrejas que estão se destacando num novo modelo de discipulado. Não andarei de mar a mar, do sul ao leste, buscando matar minha fome pela palavra do Senhor, como disse Amós.
Eu procuro esperar por Ela, a Palavra, deixando-a me conduzir por caminhos de novos conhecimentos, novas revelações e novas perspectivas que traduzam a velha escritura para o meu tempo aqui na terra.
Por fim, prefiro a meditação aos livros; prefiro o espírito à razão. Nem por isto, abro mão dos livros e da razão. Mas também não leio as presunções do Cury, as ilusões da Cabana e as interpretações neo pentecostais.
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domingo, 25 de agosto de 2013
Acreditar nos Escribas ou no Espírito
Em matéria de teologia, os pensamentos são formados a partir de escolas, linhas de reflexão e convenções que vêm de encontro com as expectativas de quem corre em busca de conhecimentos específicos.
Todos têm seus escritores, pensadores, pregadores, apóstolos, profetas e mestres favoritos. Normal!
Contudo, para uma leitura mais aprofundada da Bíblia, precisamos estar dispostos a ir além. Veja bem, a Bíblia não deve ser estudada simplesmente como livro histórico e também não pode ser limitada às tradições que contém. Ora, a Bíblia é um livro interdimensional, uma coleção de registros de gente que andou com Deus, ouviu sua voz, interpretou suas palavras e a interface que fez ligação entre esses escritores e Deus foi o espírito.
Se quem escreveu o fez em espírito, então, os leitores devem igualmente fazer uso dessa mesma via para interpretar o que foi escrito. Sobre isto, Paulo disse aos coríntios que “falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais”. Conclui-se que, se Paulo falou com as palavras que o espírito ensinou, então, devemos ouvir como o espírito ensina.
Torno a repetir, não há nada de mal em adotar linhas de pensamento, regras hermenêuticas e fórmulas de estudar racionalmente a Palavra de Deus, mas o fundamental é que cada cristão tenha a capacidade pessoal de interpretar as Escrituras pela lente do espírito.
Entretanto, é comum observar vícios interpretativos sendo reverberados, atravessando congregações, nações e adentrando novas congregações. Tozer chamava isso de “evangelho de escriba”, que é justamente quando deixamos de lado a interpretação pessoal, fruto de reflexões proporcionadas nas meditações silenciosas no espírito, substituindo por autores de livros e pregadores.
Particularmente, não leio nada que seja “novo”. Gosto de livros velhos, daqueles que ultrapassaram todas as provas do tempo e, deixando de ser meros best sellers comerciais, se tornaram clássicos obrigatórios na cabeceira de qualquer leitor de teologia.
Isto é a prova do tempo dando sua chancela, afirmando o que realmente supera modismos, fatores culturais marcantes e, sobretudo, pontos de vista formados a partir de ‘achismos’. Falo isto baseado nas palavras de Pedro, quando escreveu que “nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação”.
Por estas razões, prefiro esperar por encontros ‘sobrenaturais’ com os livros, os profetas e os apóstolos. Espero que essas ocasiões sejam tramadas por Deus, segundo a orientação que o espírito dá. Não vou atrás do que está sendo falado, não busco congressos de avivamento, nem igrejas que estão se destacando num novo modelo de discipulado. Não andarei de mar a mar, do sul ao leste, buscando matar minha fome pela palavra do Senhor, como disse Amós.
Eu procuro esperar por Ela, a Palavra, deixando-a me conduzir por caminhos de novos conhecimentos, novas revelações e novas perspectivas que traduzam a velha escritura para o meu tempo aqui na terra.
Por fim, prefiro a meditação aos livros; prefiro o espírito à razão. Nem por isto, abro mão dos livros e da razão. Mas também não leio as presunções do Cury, as ilusões da Cabana e as interpretações neo pentecostais.
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