sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Cristãos desprezando e julgando uns aos outros....



Hoje pela manhã, ao fazer minha leitura devocional e em seguida compartilhar com minha esposa, fomos ensinados de forma categórica pelo Senhor na passagem do capítulo 14 da epístola de Paulo aos Romanos, versos 1 a 23 e também o capítulo 15 versos 1 a 13. A passagem toda fala da tolerância que os cristãos deverão ter uns para com os outros. Porque cristãos há que desprezam outros e também cristãos há que julgam aos seus próprios irmãos em Cristo? E porque o apóstolo Paulo reportou-se a esse assunto em Romanos? 
Paulo escrevia aos cristãos de Roma. Ele explica desde o início que existiam cristãos que tinham escrúpulos quanto ao que comer ou quanto a considerar certos dias mais importantes do que outros. Ele fala do cristão fraco e fala do cristão forte. E que havia pendengas entre eles porque o mais forte desprezava o mais fraco, o débil (Almeida Revista e Atualizada), ou enfermo na fé (Almeida Corrigida e Fiel) enquanto o mais fraco julgava o mais forte porque este não curtia nenhuma espécie de abstenção quanto ao que comer ou a guardar determinados dias.
Crentes judeus e gentios deveriam conviver em harmonia. Os judeus traziam para a vida cristã muitos de seus costumes visto que não deixavam de ser judeus por causa da conversão à fé cristã. O próprio apóstolo Paulo foi um exemplo nesse aspecto. Ele soube se adaptar com os cristãos judeus enquanto na companhia deles, como também sabia lidar com as maneiras dos cristãos gentios quando vivia entre estes. Paulo estava emancipado do legalismo judaico e da lei. 
A nossa realidade eclesiástica demonstra bem do que estou falando. Existem igrejas que tem um conjunto de doutrinas humanas para serem observadas por todos aqueles que são membros dessas igrejas. E nisto, muitas coisas que são culturais e acerca das quais a Bíblia não pontifica que o homem ou a mulher cristã devem observar, devem guardar, são impostas arbitrariamente aos servos de Deus. E aí se estabelece o problema.
Eu posso fazer determinadas coisas em que as Escrituras não me condenam, não dizem que seja pecado. Minha consciência está tranquila, fortalecida. Não me sinto culpado em praticá-las. Nesse caso, eu sou o assim chamado cristão forte, segundo o texto bíblico em apreço. Mas devo considerar que outros não veem ou não se pautam pela minha ótica. Suas consciências ainda não foram totalmente moldadas pela verdade do Evangelho, por causa do ensino deficiente em sua igreja, por aquilo que seus líderes e sua denominação praticam como artigo de fé. 
E então, esses amados cristãos débeis em sua fé, julgam os crentes fortes por causa de suas práticas. Para aqueles, parece que o comportamento deles é libertinagem ou mundanismo. Para os últimos, os cristãos fracos são legalistas que julgam e intentam impor seu ponto de vista a todos.
Mas graças a Deus existe ensino sólido na Bíblia para compreendermos como estes dois tipos de cristãos devem mutuamente se entender. E estes capítulos 14 e 15 de Romanos (como também o cap. 8 de 1 Coríntios e a epístola aos Gálatas), demonstram largamente a liberdade que temos em Cristo, mas também ensinam acerca do AMOR que mutuamente devem os cristãos devotar uns aos outros. 
A atitude correta é de acolhimento, de boas vindas, de receptividade mútua. Cristãos que julgam e que desprezam-se mutuamente são de uma incoerência completa perante os olhos de Deus e do mundo. A marca da sociedade dos cristãos, ou seja, da Igreja, é o AMOR. Devo ter a sensibilidade de perceber que meu irmão poderá ainda não ter sua consciência totalmente moldada pelo Evangelho e por isso ele acha que determinadas práticas, determinadas posturas na vida são pecados. O pecado na Bíblia sempre estará na ordem do absoluto. Pecado é pecado, seja hoje, seja em qualquer época e isso é imutável. Todavia, costumes humanos são relativos, mutáveis, se alternam ao sabor dos tempos. Além disso, não são ordenanças divinas, se assim fossem deveria o cristão observá-las com todo o zelo. Os usos e costumes dos homens, suas tradições, ou os folks e os mores, como se diz em Sociologia, podem ser observados ou não. Ninguém é obrigado, muito embora saibamos do poder coercitivo do grupo e das sanções que acompanham aquele que deseja permanecer no grupo, na igreja, mas não concorda em obedecer o que é estabelecido ali.
No caso dos crentes de Roma, a disputa era por causa de comidas, bebidas e guarda de dias sagrados. E hoje? É só você fazer uma pesquisa, não só em sua própria igreja como em várias outras para se verificar a carga de ensinos e tradições humanas que foram entregues aos servos de Cristo para serem observados. Muitos alegremente se entregam a essas ordenanças julgando assim estarem fazendo a vontade de Deus. Mas outros dentro da mesma igreja, repudiam as mesmas ordenanças humanas porque chegam a compreender pelas Escrituras de que não estão obrigados a observar aquilo que é humano. E então o conflito se estabelece. Dois grupos de cristãos, os fortes e os fracos. Aqueles que comem de tudo e aqueles que só comem legumes!
Que o forte não considere desprezível as inibições do fraco. Que o fraco não condene e não julgue o forte por seu comportamento aparentemente libertino. Tanto um como o outro são servos de Deus. E Paulo fala a ambos dizendo que cada um tem sua responsabilidade diante de Deus, leiamos: "Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo." E também: "Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros" (Rm 14.10,19). Em todo o restante do capítulo e também no seguinte, Paulo orienta principalmente ao crente forte para que ele tenha todo o zelo para não ser pedra de tropeço ao seu irmão mais fraco.
A prioridade é o amor. O que se come ou o que se bebe, o que se faz ou se deixa de fazer, o que se usa ou deixa de usar é realmente de caráter secundário. Por isso transcrevo essas palavras magistrais de Paulo: "Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (14.17).   

Sejamos imitadores de Jesus, que acolhia a todos sem distinção. Jesus é e sempre será o nosso padrão maior de como devemos nos amar mutuamente. A Igreja precisa caminhar nesse amor. O mundo precisa ver este amor em nós. E o nome de Deus será altamente glorificado.
Pensemos todos nisso. 

Nenhum comentário:

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Cristãos desprezando e julgando uns aos outros....



Hoje pela manhã, ao fazer minha leitura devocional e em seguida compartilhar com minha esposa, fomos ensinados de forma categórica pelo Senhor na passagem do capítulo 14 da epístola de Paulo aos Romanos, versos 1 a 23 e também o capítulo 15 versos 1 a 13. A passagem toda fala da tolerância que os cristãos deverão ter uns para com os outros. Porque cristãos há que desprezam outros e também cristãos há que julgam aos seus próprios irmãos em Cristo? E porque o apóstolo Paulo reportou-se a esse assunto em Romanos? 
Paulo escrevia aos cristãos de Roma. Ele explica desde o início que existiam cristãos que tinham escrúpulos quanto ao que comer ou quanto a considerar certos dias mais importantes do que outros. Ele fala do cristão fraco e fala do cristão forte. E que havia pendengas entre eles porque o mais forte desprezava o mais fraco, o débil (Almeida Revista e Atualizada), ou enfermo na fé (Almeida Corrigida e Fiel) enquanto o mais fraco julgava o mais forte porque este não curtia nenhuma espécie de abstenção quanto ao que comer ou a guardar determinados dias.
Crentes judeus e gentios deveriam conviver em harmonia. Os judeus traziam para a vida cristã muitos de seus costumes visto que não deixavam de ser judeus por causa da conversão à fé cristã. O próprio apóstolo Paulo foi um exemplo nesse aspecto. Ele soube se adaptar com os cristãos judeus enquanto na companhia deles, como também sabia lidar com as maneiras dos cristãos gentios quando vivia entre estes. Paulo estava emancipado do legalismo judaico e da lei. 
A nossa realidade eclesiástica demonstra bem do que estou falando. Existem igrejas que tem um conjunto de doutrinas humanas para serem observadas por todos aqueles que são membros dessas igrejas. E nisto, muitas coisas que são culturais e acerca das quais a Bíblia não pontifica que o homem ou a mulher cristã devem observar, devem guardar, são impostas arbitrariamente aos servos de Deus. E aí se estabelece o problema.
Eu posso fazer determinadas coisas em que as Escrituras não me condenam, não dizem que seja pecado. Minha consciência está tranquila, fortalecida. Não me sinto culpado em praticá-las. Nesse caso, eu sou o assim chamado cristão forte, segundo o texto bíblico em apreço. Mas devo considerar que outros não veem ou não se pautam pela minha ótica. Suas consciências ainda não foram totalmente moldadas pela verdade do Evangelho, por causa do ensino deficiente em sua igreja, por aquilo que seus líderes e sua denominação praticam como artigo de fé. 
E então, esses amados cristãos débeis em sua fé, julgam os crentes fortes por causa de suas práticas. Para aqueles, parece que o comportamento deles é libertinagem ou mundanismo. Para os últimos, os cristãos fracos são legalistas que julgam e intentam impor seu ponto de vista a todos.
Mas graças a Deus existe ensino sólido na Bíblia para compreendermos como estes dois tipos de cristãos devem mutuamente se entender. E estes capítulos 14 e 15 de Romanos (como também o cap. 8 de 1 Coríntios e a epístola aos Gálatas), demonstram largamente a liberdade que temos em Cristo, mas também ensinam acerca do AMOR que mutuamente devem os cristãos devotar uns aos outros. 
A atitude correta é de acolhimento, de boas vindas, de receptividade mútua. Cristãos que julgam e que desprezam-se mutuamente são de uma incoerência completa perante os olhos de Deus e do mundo. A marca da sociedade dos cristãos, ou seja, da Igreja, é o AMOR. Devo ter a sensibilidade de perceber que meu irmão poderá ainda não ter sua consciência totalmente moldada pelo Evangelho e por isso ele acha que determinadas práticas, determinadas posturas na vida são pecados. O pecado na Bíblia sempre estará na ordem do absoluto. Pecado é pecado, seja hoje, seja em qualquer época e isso é imutável. Todavia, costumes humanos são relativos, mutáveis, se alternam ao sabor dos tempos. Além disso, não são ordenanças divinas, se assim fossem deveria o cristão observá-las com todo o zelo. Os usos e costumes dos homens, suas tradições, ou os folks e os mores, como se diz em Sociologia, podem ser observados ou não. Ninguém é obrigado, muito embora saibamos do poder coercitivo do grupo e das sanções que acompanham aquele que deseja permanecer no grupo, na igreja, mas não concorda em obedecer o que é estabelecido ali.
No caso dos crentes de Roma, a disputa era por causa de comidas, bebidas e guarda de dias sagrados. E hoje? É só você fazer uma pesquisa, não só em sua própria igreja como em várias outras para se verificar a carga de ensinos e tradições humanas que foram entregues aos servos de Cristo para serem observados. Muitos alegremente se entregam a essas ordenanças julgando assim estarem fazendo a vontade de Deus. Mas outros dentro da mesma igreja, repudiam as mesmas ordenanças humanas porque chegam a compreender pelas Escrituras de que não estão obrigados a observar aquilo que é humano. E então o conflito se estabelece. Dois grupos de cristãos, os fortes e os fracos. Aqueles que comem de tudo e aqueles que só comem legumes!
Que o forte não considere desprezível as inibições do fraco. Que o fraco não condene e não julgue o forte por seu comportamento aparentemente libertino. Tanto um como o outro são servos de Deus. E Paulo fala a ambos dizendo que cada um tem sua responsabilidade diante de Deus, leiamos: "Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo." E também: "Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros" (Rm 14.10,19). Em todo o restante do capítulo e também no seguinte, Paulo orienta principalmente ao crente forte para que ele tenha todo o zelo para não ser pedra de tropeço ao seu irmão mais fraco.
A prioridade é o amor. O que se come ou o que se bebe, o que se faz ou se deixa de fazer, o que se usa ou deixa de usar é realmente de caráter secundário. Por isso transcrevo essas palavras magistrais de Paulo: "Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (14.17).   

Sejamos imitadores de Jesus, que acolhia a todos sem distinção. Jesus é e sempre será o nosso padrão maior de como devemos nos amar mutuamente. A Igreja precisa caminhar nesse amor. O mundo precisa ver este amor em nós. E o nome de Deus será altamente glorificado.
Pensemos todos nisso. 

Nenhum comentário: