A secretária de imprensa da
Casa Branca, Sarah Sanders, destacou que "Deus queria que
Donald Trump se tornasse presidente dos Estados Unidos". A afirmação foi feita durante uma ampla entrevista exclusiva para o site cristão americano CBN News.
"Acho que Deus chama todos nós para ocupar cargos diferentes em diferentes momentos e acho que Ele queria que Donald Trump se tornasse presidente", disse Sanders ao analista político da CBN News, David Brody, e à correspondente sênior de Washington, Jennifer Wishon.
"É por isso que ele está lá e acho que ele fez um tremendo trabalho em apoiar muitas das coisas com as quais as pessoas de fé realmente se importam", disse Sanders.
A entrevista feita na manhã da última quarta-feira (30) durou quase 20 minutos e abordou questões, como imigração, antissemitismo, a moralidade de um muro fronteiriço, cristãos perseguidos na Síria, as coletivas de imprensa da Casa Branca, o estado do Partido Democrata, sua fé e muitos outros tópicos.
Antissemitismo
Sanders também tinha algumas palavras afiadas para os líderes democratas em relação à filosofia anti-sionista que parece ter se firmado no partido. Recentemente, veio à tona que alguns democratas iniciantes na Câmara dos Representantes dos EUA teriam expressado opiniões antissemitas no passado ou se aliado àqueles que o fizeram.
"Eu acho escandaloso que a liderança dos democratas não tenha pedido a essas pessoas que se retratem sobre seus comentários. Eles não os condenaram", afirmou Sanders. "Onde está a liderança do lado dos democratas para chamar a atenção deles? É inacreditável que isso esteja totalmente descontrolado, totalmente fora do radar da maioria dos principais meios de comunicação".
O Muro
Falando sobre imigração, Sanders denunciou o boom da hipocrisia por parte da presidente da Câmara, Nancy Pelosi. A secretária de imprensa da Casa Branca disse que a opinião de Pelosi de que um muro na fronteira entre EUA e Méximo é "imoral, um absurdo", é um comentário do qual ela pode se arrepender.
"Honestamente, é muito difícil até mesmo fazer uma análise sobre o que é moral e o que não é para os democratas", disse Sanders à CBN News.
"São as mesmas pessoas que estão dispostas a permitir que a legislação passe a apoiar o aborto tardio. Eles estão dispostos a retirar a frase: 'Então me ajude, Deus' da plataforma que os democratas da Câmara levantaram esta semana. Enquanto isso, a ideia de que proteger as pessoas de seu país, que é o dever fundamental de ser presidente dos Estados Unidos seria de alguma forma imoral? Essa é uma acusação ridícula e algo que eu acho que provavelmente, eu acho que Pelosi pode até se arrepender de fazer esse comentário, porque ela viu o quão ridículo isso soa e como a evidência é tão contrária a esse comentário".
Enquanto isso, a batalha pelo financiamento da imigração e das fronteiras continua. Um grupo de senadores bipartidários e membros da Casa se reuniu na quarta-feira para negociar um acordo que pode ou não dar ao presidente Trump a verba para a construção do muro. A Casa Branca terá um papel ativo durante as negociações?
"Não importa qual seja o tópico, ele é um líder natural, e então isso é algo que é uma grande prioridade para ele. Você pode esperar que ele continue liderando o esforço", disse Sanders. "Agora estamos contando com os membros do Congresso para se unirem e elaborarem um acordo que realmente resolva esses problemas."
Sarah Sander é a secretária de imprensa da Casa Branca. (Foto: CBN News)
Síria
Sobre política externa, Sanders abordou preocupações, especialmente por parte dos evangélicos, de que a retirada das tropas norte-americanas da Síria pode colocar em risco os cristãos perseguidos, curdos e outras minorias étnicas.
"O Presidente deixou claro que apoiamos os cristãos, que apoiamos os curdos", disse Sanders à CBN News. "Ele deixou isso claro para a Turquia, ele deixou isso claro publicamente em várias frentes, e apenas uma das razões pelas quais o presidente tem sido duro com o Irã é garantir que as pessoas não se sintam ameaçadas. Apoiamos zonas seguras que serão muito importantes e a ideia de que o presidente está apenas se afastando e ignorando qualquer problema em potencial não condiz com a decisão fundamental que ele tomou".
Apesar das preocupações dos evangélicos sobre a política dos EUA na Síria, os evangélicos ficaram mais do que satisfeitos com o presidente Trump durante seus dois primeiros anos no cargo.
"Eu diria que ele é o presidente mais conservador que já tivemos", explicou Sanders. "Você olha para as nomeações judiciais, por exemplo. Acho que esse será um dos maiores legados que o presidente tem após anos no cargo é como ele reformou completamente o Judiciário e começou a parar este tribunal ativista que estávamos vendo nos últimos 8 anos. Há uma razão para os evangélicos ficarem com o presidente, e isso é porque ele cumpriu todas as promessas que ele havia feito".
Enquanto os evangélicos estão satisfeitos, grande parte da mídia (americana e de outros países) não está. Eles continuam pressionando Sanders a realizar coletivas de imprensa diárias.
"Se há ou não uma coletiva de imprensa diária, as pessoas na administração, inclusive eu, fazem entrevistas regulares como eu estou fazendo agora, depois que muitas dessas entrevistas coletivas acabam, ainda respondemos muitas perguntas feitas em particular por qualquer um, qualquer repórter pode vir e fazer perguntas", observou Sanders.
"Eu acho que a Casa Branca, em geral, é a mais acessível quando se trata da mídia. Você sabe, nós tivemos um briefing esta semana e eles reclamaram e reclamaram e reclamaram que nós não os recebemos, então nós recebemos a CNN e MSNBC, por exemplo e não noticiaram isso. Então eu acho que a coisa mais importante é que eles só querem reclamar e atacar esta administração e esse presidente e eles não querem cobrir todos os sucessos porque isso não é bom para a narrativa que eles estão tentando dirigir".
Desafios
Para Sanders, esses anos na Casa Branca sem dúvida foram um desafio, mas ela diz que sua forte fé cristã a ajuda todos os dias.
"O objetivo é ser a melhor versão de quem Deus nos criou e quem ele nos chamou para ser", observou Sanders. "Alguns dias eu faço isso mais do que em outros, mas o objetivo é sempre ser aberta sobre a minha fé. Eu acho que isso é parte da razão que me dá uma sensação de calma quando estou naquela sala".
Uma rápida checagem nos noticiários do Twitter e dos canais a cabo mostra uma abundância de ofenças direcionadas a ela, mas Sanders lembra que a Bíblia diz para orar por seus inimigos.
"Pode ser uma ferramenta útil para manter você calmo", disse Sanders. "Há uma razão que Deus nos chama para orar por nossos inimigos e eu acho que isso é para nos dar uma perspectiva melhor e melhor compreensão de quem eles são, talvez por que eles pensam do jeito deles e eu certamente prefiro ver mais pessoas se dando bem do que brigando".